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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sofrimento: Um companheiro inseparável

O sofrimento acompanha-nos, passo a passo, no caminho da vida. É um companheiro assíduo e inseparável: sofrimento físico, sofrimento moral, doença, decepção, frustração, perda...

O sofrimento pode ser um grande amigo ou um terrível inimigo, pois tem o poder de edificar ou destruir, de enriquecer ou despojar. Tudo depende de como o encaramos, do “sentido” que somos capazes de lhe dar. A sombra da cruz – do sofrimento e do sacrifício – faz-nos estremecer. Custa-nos entendê-la e, ainda mais, custa-nos aceitá-la. Por que o sofrimento? Por que o sacrifício?

Todos nós já fizemos provavelmente essas perguntas, uma ou muitas vezes na vida. E todos sabemos que, quer perguntemos quer não, quer aceitemos a cruz ou nos revoltemos contra ela, continuará a fazer parte deste mundo e da vida de cada um de nós. Em nada nos ajuda fazer meras especulações sobre o sofrimento, baseadas em hipóteses irreais: “Se não existisse o sofrimento...”, “Deus não deveria permitir o sofrimento...”, “Se Deus é Pai, por que nos deixa sofrer?”...


Assista: "A graça presente no sofrimento", com Márcio Mendes




A realidade é que o sofrimento existe e que Deus o permite. Por isso, só poderemos encontrar um “sentido”, uma ajuda, se fizermos as perguntas sobre a dor dentro do quadro da vida real: “O sofrimento existe, sempre existiu e continuará a existir. Eu tenho-o na minha vida. Que sentido tem? Que faço com ele? Que devo fazer com ele?”

Podemos fazer muitas coisas. Há pessoas que, diante das cruzes da vida, se asfixiam na revolta e no desespero. Queixam-se, amarguram-se, arrasam-se. Às vezes, até se autodestroem. Por outro lado, há outras pessoas que, com os mesmos ou maiores sofrimentos, amadurecem, ganham sabedoria e virtude, aprendem a ver e a amar as coisas e as pessoas de uma maneira nova. E, no meio da dor, têm uma vida cheia de paz, de grandeza e de fecundidade.

Há, pois, um mau modo e um bom modo de encarar o sofrimento. Este último é o que, em linguagem cristã, chamamos a sabedoria da cruz (cf.  I Cor 1, 25).


Padre Francisco Faus

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Católicos mornos serão vomitados


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A maioria dos cristãos, ao menos em algum período de sua vida, se conforma em viver uma fé medíocre, mesquinha, que pouco colabora para testemunhar a glória de Cristo ao mundo. Tocam suas vidinhas preocupados somente com seus umbiguinhos, com seus estudinhos, com o seu amorzinho, com o seu trabalhinho, com os seus parentinhos, e permanecem surdos ao grito dos que sofrem.

Esse tipo de fiel pode até ser um católico devoto e praticante, mas que, no fundo, está sempre buscando a felicidade por meio de conquistas materiais, enquanto que a fé e a caridade ficam em segundo plano. Uma vez ao ano – e olhe lá – participa de alguma ação solidária, tipo “Natal sem Fome”, sente que já fez a sua parte e fica muito satisfeito com isso.
Por isso, sempre que alguém se candidatava a ser Seu discípulo, em vez de reagir com palavras doces e animadoras, Jesus colocava o sujeito na pressão. Era uma forma de espantar os bunda-moles, afinal, ser cristão é pauleira. Vejam este trecho do Evangelho de Lucas:
Enquanto caminhavam, um homem lhe disse: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que vás. Jesus replicou-lhe: As raposas têm covas e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
A outro disse: Segue-me. Mas ele pediu: Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai. Mas Jesus disse-lhe: Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o Reino de Deus.
Um outro ainda lhe falou: Senhor, seguir-te-ei, mas permite primeiro que me despeça dos que estão em casa. Mas Jesus disse-lhe: Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus. (Lc 9, 57-62)
Simpático o Mestre, não? Dá pra notar que Seu “esquema” de recrutamento priorizava a qualidade, e não a quantidade. Ele não fazia como muitos padres e catequistas por aí, que só contam histórias bonitinhas e meias verdades para não contrariar nem constranger ninguém (santa covardia, Batman!). Jesus não temia a liberdade humana: “Eu sou o Senhor. Prometo te dar uma vida cem vezes mais plena do que a que você tem hoje, cheia de beleza e de sentido. Mas, ó, tu vai penar um bocado, vão pegar no teu pé por causa de Mim. Vai querer ou não vai? Se não gostou, a porta da rua é a serventia da casa!”.
capitao nascimento
O Cristo não dava colher de chá nem para aqueles que o seguiam desde o início. Falava umas coisas esquisitas de propósito, para chocar mesmo. Se o cara continuasse ao lado dEle mesmo depois de ouvir aquelas coisas, era porque O amava de verdade. Foi assim quando Ele disse que só entraria no Céu quem comesse Sua carne e bebesse o Seu sangue. A multidão, que antes O seguia com entusiasmo, gritou “ECA!!!” e saiu correndo. Quanto aos poucos discípulos que restaram, Ele os colocou contra a parede:
“Vós também vos quereis ir embora?”.
Simão Pedro respondeu: “Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.”. (João 6, 67-68)
Esse é o nosso Mestre, no melhor estilo Capitão Nascimento: “Só terá a vida eterna quem comer minha carne e beber o meu sangue. Tá com nojinho? Pede pra sair!”. Quanta diferença em relação aos evangelizadores mamão-com-açúcar de hoje…
Por falar em nojinho, de arrepiar mesmo é a passagem do Apocalipse que ordena que os cristãos saiam de vez da mediocridade, enquanto é tempo:
Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. (…) Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.
Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito – e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro.
Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te. (Apo 3, 13-22)
sao vicente
Para quem quiser refletir melhor sobre o tema, vale a pena comprar um bom livro sobre a vida de São Vicente de Paulo. Ele, que se tornou padre antes dos 20 anos, só pensava em ter uma boa vida e arrumar um dimdim para ajudar a sua família. De fato, não era um cara mau, era até gente boa, mas estava longe de ser santo. Depois de muito se lascar (“castigo aqueles que amo”), se deu conta de que ser sacerdote era muito mais do que fazer um sermão aqui e acolá e correr atrás de conforto e prestígio: era tornar presente o amor de Cristo aos pobres e sofredores. E, assim, ele passou de padre bunda-mole e caçador de benefícios a um dos maiores santos que o mundo já viu.


Que São Vicente de Paulo nos ajude a ter um coração grande, fiel e indomável como o dele!

Fonte: O catequista
http://ocatequista.com.br/

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Bonzinhos ou omissos?


Quando o “não julgar” encobre a covardia


miss_simpatiaEm muitas de nossas comunidades, não há mais espaço para a correção fraterna. O valioso preceito “não julgar” é retirado do contexto evangélico autêntico e usado como um cala-boca para qualquer um que chame a atenção de um irmão sobre um mau passo. A criatura pode estar fazendo a maior m***** que ninguém pode falar nada, pra não ofender a coitadinha; qualquer admoestação, por mais amorosa que seja, ganha a pecha de preconceito.
Assim, a misericórdia vem sendo perigosamente confundida com o RELATIVISMO, que leva à negação da possibilidade de identificar qualquer atitude – pessoal ou alheia – como objetivamente boa ou má. Muitos vivem arrotando “eu não julgo ninguém” pra tirar onda de bonzinho e tolerante; estão mais preocupados em ficar bem na fita e não se indispor com os demais do que em anunciar a verdade que receberam da Igreja.
O que Jesus faria? Corrigir sem condenar
Aqueles que não se esquivam da responsabilidade cristã da correção fraterna são frequentemente acusados de querer apedrejar os outros, tal qual o episódio em que Jesus salva a pele da mulher adúltera. Ora, e desde quando corrigir é apedrejar? Corrigir é um ato de amor, reflexo do desejo de que o irmão não perca a sua vida e nem desvie outros com seus erros; apedrejar, por sua vez, é um ato de arrogância, que visa a condenação e a morte.
Notem que os bonzinhos de plantão só se lembram da parte em Jesus que não condenou a pecadora, mas parecem ignorar que Ele disse a ela: “Vai e não tornes a pecar” (Jo 8:11). O amor não pode se furtar ao apelo para a mudança, para a conversão. Fazer vistas grossas para as atitudes que levam à escravidão do pecado e à morte não é compaixão: é cumplicidade com o erro. Diz a Bíblia:
Se eu disser ao pecador que ele deve morrer, e tu não o avisares para pô-lo de guarda contra seu proceder nefasto, ele perecerá por causa de seu pecado, mas a ti pedirei conta do seu sangue. (Ez 33:8)
Em um artigo recente, Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, reafirma esta doutrina: “Se um irmão está errado (…), mas em nome de uma falsa amizade ou do medo, se você o deixar continuar nessa lacuna, acabaremos sendo corresponsáveis pelo delito dele porque não o ajudamos com a correção fraterna”*.

Tira antes a sujeira do teu olho
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Humildade, caridade e uma boa dose de autocrítica são os elementos necessários para quem se propõe a corrigir outra pessoa. Afinal, antes de olhar para os erros dos outros, temos que ter diante dos olhos as nossas próprias debilidades:
Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão. (Mt 7:3-5)
Ninguém que seja verdadeiramente humilde gosta de chamar a atenção dos outros, mas o amor ao destino do outro deve superar as nossas reticências. É o que nos ensina São Paulo:
No momento em que é aplicada, qualquer correção parece não ser motivo de alegria, mas de tristeza; porém, mais tarde, produz um fruto de paz e de justiça naqueles que foram corrigidos. (Hb 12:11)

Então se você não está concorrendo ao título de Miss ou Mister Simpatia, ore e não tema praticar a correção fraterna “com sensibilidade e com verdadeiro espírito de diálogo e de fraternidade”*.
*Trechos do artigo “Santidade, conversão, correção”, de Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. Publicado no dia 03/09/2011, no site da Zenit. Para ler o artigo completo, clique aqui.




Fonte: O Catequista
http://ocatequista.com.br/