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domingo, 31 de julho de 2011

Caridade e Amor... uma só coisa!

A Paz de Jesus e o Amor de Maria estejam convosco!

É com grande alegria que estou aqui pra testemunhar um pouco sobre a missão da Pastoral de Rua feita pela Equipe Missionária ANUNCIADORES da CRUZ na ultima sexta-feira!

Começo este post com um discurso do nosso grande Papa Bento XVI!


"A caridade cristã vai além da ajuda material, pois faz visível e, diria, quase tangível, por um lado, a misericórdia infinita de Deus para cada ser humano, e, por outro, nossa fé n’Ele.
Consiste em harmonizar nosso olhar com o olhar de Cristo, nosso coração com seu coração. Desta maneira, o apoio amoroso, oferecido aos demais, traduz-se em participação e num compartilhar consciente de suas esperanças e seus sofrimentos".
Amai ao próximo como a Ti mesmo
Nesta ultima sexta-feira nossa equipe saiu em missão pelas ruas de nossa cidade Goiânia-Go, distribuindo uma deliciosa galinhada com salada e suco, que foi preparada com muito carinho! Digo deliciosa porque nós mesmo provamos da refeição no final da noite!
Muitas das vezes vemos casos de pessoas nas ruas, que passam dificuldades e necessidades, mas nunca vemos a fundo a historia de cada um. Porque estão nas ruas, ou pior, do que realmente estão precisando? É de uma casa, de comida, ou MUITAS das vezes de um abraço!
A bíblia é bem clara segundo a caridade...
E quem der de beber a um destes pequeninos um copo de água fresca por ser meu discípulo, em verdade vos digo : não há de perder sua recompensa. Mateus 10, 42
Dizia igualmente ao que o tinha convidado: "Quando deres alguma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem os parentes, nem os vizinhos ricos. Porque, por sua vez, eles te convidarão e assim te retribuirão. Mas, quando deres uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. Serás feliz porque eles não têm com que te retribuir, mas ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos." Lucas 14, 12-14
No presente permanecem estas três : fé, esperança e caridade; delas, porém, a mais excelente é a caridade. I Coríntios 13,13
Desta ultima passagem gostaria de refletir um pouco mais... Deus nos fala, a caridade porém é a mais excelente dentre todas! Em algumas traduções da bíblia não vemos a palavra Caridade, mas sim a palavra AMOR... isso porque na tradução do latim, CARITAS, temos o significado tanto de amor quanto de caridade.... Deus Caritas Est... Título da carta encíclica de Bento XVI, se traduz por Deus é AMOR, ou Deus é CARIDADE...
Quando olhamos nos olhos de alguém que realmente precisa, e de coração aberto, levamos aquilo ao irmão, a sensação não pode ser descrita de outra maneira senão amor... Digo isso, meu irmão, minha irmã, porque eu, nesta ultima sexta-feira, ao abraçar, beijar, conversar, e levar alimento e roupas para aqueles que estão jogados nas ruas, lágrimas correram os meus olhos... mas lágrimas de amor... não pela ação que eu estava fazendo, mas pelo amor que Deus colocava em meu coração, a RETRIBUIÇÃO de Deus! Um amor indiscutível, espectante, intenso...
Realmente, o serviço desta obra de caridade não só provê as necessidades dos irmãos, mas é também uma abundante fonte de ações de graças a Deus. II Coríntios 9,12
E fonte de Graças não só para aqueles que recebem, mas principalmente ao meu ver, para aqueles que dão! Nesta missão uma irmã da missão partilhou comigo que "Esta obra é muito mais para abrir nosso olhos, para vermos a necessidade do irmão, e para aprendermos a AMAR de verdade..." 
A caridade não consiste somente em dar alimento, mas principalmente atenção! Pra você que quer se sentir AMADO por Deus, fica aqui um concelho! Experimente dar amor E/OU caridade àqueles que REALMENTE precisam dela... e tudo  VOS será dado em DOBRO!
LEIA e PRATIQUE!
Estenda a mão aos pobres, e você será plenamente abençoado. Qua sua generosidade se estenda a todos os seres vivos, e não negue sua atenção nem aos mortos. Não evite aqueles que choram, e sofra com os que sofrem. Não demore para visitar um doente, porque isso fará com que você seja amado. Em tudo o que você faz, lembre-se do seu fim, e jamais pecará. Eclesiástico 7, 32-36
Que Deus Pai abençoe vocês e despertem o amor e a caridade no coração de cada um!
Jorge Luíz S. Rodrigues
Miissão Anunciadores da Cruz

Resposta Católica - Por que casais amasiados não podem comungar

Olá meu irmão, minha irmã...

A paz de Nosso Senhor Jesus Cristo e amor de Maria Santíssima estejam com vocês!
Hoje vamos deixar aqui pra vocês mais uma "Resposta Católica" com o amado Padre Paulo Ricardo.

O tema de hoje é "Por que casais amasiados não podem comungar"
Pra você que vive essa situação, ou já se deparou com alguém que te questionasse sobre tal assunto, aí está,
a bela resposta de Padre Paulo Ricardo, fundamentada na Palavra de Deus e no Catecismo da Igreja Católica.


Fiquem com Deus, que Deus Pai os abençoe e os guarde sempre!
PAX & BEM

fonte: http://padrepauloricardo.org

sexta-feira, 29 de julho de 2011

INFLUENCIAR é ser católico - Resposta do Pregador Jorge Luíz



Ser Católico com toda a certeza é influenciar os outros...

Começo minha resposta ao belo texto feito pelo nosso fundador Pedro Henrique sobre ser católico e influenciar, e começo com uma frase de São Padre Pio...

"O maior milagre de São Francisco foi e sempre será, depois de quase 800 anos de sua morte, ainda existirem jovens que queiram ser frades..."

Que grande benção é conseguir evangelizar pelo exemplo! Temos visto isto em varios lugares, na vida de vários santos da Igreja... O PODER DO EXEMPLO

Me recordo de uma história que lí recentemente sobre São Bernardo de Claraval... É dito que São Bernardo tinha tal graça derramada sobre ele, que as mulheres quando levavam seus filhos e maridos para ouvir os sermões de São Bernardo, tinham de segurá-los, para que não quisessem virar Padres!!!
Era tamanha a influência que São Bernardo tinha com seu EXEMPLO, que até mesmo REIS abandonavam o trono, e se tornavam Bispos, seguindo o exemplo de São Bernardo!

Hoje temos na igreja, e em especial na Renovação Carismática Católica, diversos ministérios, seja de Música, Pregação, Intercessão, entre muitos outros. Mas não temos nos atentado ao fato de que, independente do ministério que exercemos, nossa missão é a mesma. Buscar a Salvação... Nossa, e dos nossos irmãos! Somos todos OVELHAS de Cristo Nosso Senhor, e somos todos Pastores uns dos outros! Padre Léo disse uma vez em suas pregações que, quanto mais importante é a nossa "posição" na igreja, mais exemplo nos é exigido...
Como assim???
Não somos todos iguais???
Todos filhos de Deus???
Sim, somos todos iguais, mas em especial em movimentos como a Renovação Carismática, o exemplo fala mais alto do que qualquer pregação...

Padre Roberto Leitieri nos dá um exemplo disso...

"Às vezes é dificil que o Padre, o Sacerdote em sí nos ensine com exemplo, pois diversar vezes nossa realidade é um tanto quando afastada da dele...
Por isso a importância do exemplo daqueles que vivem a realidade de muitos..."
"Um jovem pode pensar... ah, pro padre é facil renunciar a balada, álcool, seguir a castidade... ele tá sempre na igreja... minha realidade é outra...
e é mesmo...
PRECISAMOS DE JOVENS QUE MOSTREM COM SEU EXEMPLO QUE, INDEPENDENTE DA REALIDADE VIVIDA, PODEMOS SIM SEGUIR A DEUS, AOS ENSINAMENTOS DE CRISTO, AOS DOGMAS DA IGREJA... é sim possível ser SANTO, independente da realidade que vivamos..."

Beato João Paulo II já dizia isso em seu livro tão aclamado... Jovens de Calça Jeans...

Você tem dado o devido exemplo??? Você tem influenciado com sua vida??? Você tem se atentado para a vida daqueles q estão ao seu lado??? Você tem pastoreado??? Vc tem escutado??
Você tem denunciado???

Tudo isso é ação... 

Precisamos sair do nosso conforto... precisamos rasgar nossas vestes de comodismo...
Mt: 19:21b

Vem... e SEGUE-ME... Precisamos caminhar com Cristo... correr atrás das almas... e não esperar que cheguem até nós!!! Precisamos SIM sermos missionários, carregar a palavra à aqueles que necessitam dela!
Ai de mim, se eu não EVANGELIZAR! Fiquem com Deus e na proteção de Nossa Mãe Santíssima!


Jorge Luíz
Missão Anunciadores da Cruz

Resposta Católica - Comunhão em Pecado Grave

Olá meu irmão, minha irmã, sejam muito bem vindos ao nosso blog da Missão ANUNCIADORES DA CRUZ!

Estou aqui pra dizer que estamos com mais uma novidade aqui para vocês que nos acompanham!
A partir de hoje, sempre que possível, postaremos as "RESPOSTAS CATÓLICAS".
São vídeo feitos pelo amado Padre Paulo Ricardo, e que respondem de maneira bem cristalina questões polêmicas acerca de nossa fé católica.
Não deixe de assistir!



Esperamos que vocês gostem!
Caso queiram ver todos os outros vídeos, basta acessar o site de Padre Paulo Ricardo
http://padrepauloricardo.org/
Não perca mais essa oportunidade de se formar acerca de sua doutrina! VALE A PENA!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ser católico é INFLUENCIAR



Não existe o menor sentido no Catolicismo se não for o de influenciar as pessoas a se tornarem católicas também. Pregamos com palavras, mas é a nossa atitude que vale. São Francisco de Assis nos diz "Quando fores pregar o Evangelho, se necessário, use palavras." A palavra do Senhor ainda nos diz em Tiago 3:13 "Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre com um bom proceder as suas obras repassadas de doçura e de sabedoria." Durante toda a história da Igreja temos um grande influenciador, o apóstolo Paulo. Ele dirige cartas (epístolas) a diversas comunidades, para evangelizá-las afim de que " conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." João 8:32.

Muitos santos da Igreja Católica são exemplos e nos influenciam sobre a nossa maneira de pregar. Santa Inês pregou com sua castidade até a morte. São Domingos de Gusmão pelo seu amor incondicional ao Santo Rosário. Santo Inácio de Loyola viu a necessidade de ir além e fundou os jesuítas, espalhando pelo mundo a palavra de forma missionária. São Pedro Julião Eymard é conhecido pela sua adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento. Entretanto, somos orientados que só existe uma forma de pregar através da música, da pregação em si, e nos apegamos a essa forma de pregar o Evangelho, e começamos a não concordar com a forma que os outros pregam, esquecendo que o mais importante é nosso exemplo, nossa atitude fala mais do que mil palavras. De nada adianta nos preocuparmos com que jeito vamos pregar, o importante mesmo é a quem vamos pregar. 

Pregar aos nossos é muito cômodo, não precisamos sair do nosso espaço, mas a palavra de Deus nos diz em Marcos 16:15 "... Ide por todo o mundo...". Sair de nós mesmos e entrarmos profundamente no sofrimento do irmão. Perceber suas dores, pastorear, cuidar, amar. Presença no grupo de oração nem sempre é pastoreio bem feito. Estamos sedentos de pastores que influenciem suas ovelhas ao ponto de as ovelhas confiarem nos pastores, todas as suas queixas. Influência implica em confiança e confiança se adquire de quem está perto. Pense bem, tem muitas ovelhas perto de você???. Ainda na palavra de Deus no Evangelho de São João 10:11 "O bom Pastor expõe a sua vida pelas ovelhas." e o bom pastor precisa ser exemplo para sua ovelha. A palavra de Deus nos diz sobre nosso exemplo em 1 Pedro 1:15 " A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também santos em todas as vossas ações...". São João Crisóstomo, doutor da Igreja e padroeiro dos pregadores nos fala sobre a Influência em um dos seus sermões:

"... Não digas que és incapaz de influenciar os outros. Se fores cristão, é impossível que não o faças! Se não há contradições na natureza, também é certo o que afirmamos:
é natural que o cristão exerça influência sobre seus semelhantes." (Riquezas da Igreja, Prof. Felipe Aquino, 2009. Ed. Canção Nova. p.186)

Para finalizar vou contar uma história muito interessante. 
Certa vez chegou o circo em uma cidadezinha e como a cidade era bem pequenininha, o circo se instalou a uns 3 Km da cidade, depois da floresta. Em uma tarde, antes da apresentação, houve um enorme incêndio no circo e todos corriam desesperados para salvar animais, roupas e instrumentos. O palhaço estava pronto para sua apresentação, todo caracterizado, e o dono do circo pediu que ele fosse avisar os moradores da cidade que o circo estava pegando fogo e que havia o risco de o fogo se espalhar pela floresta e chegar até a cidade. O palhaço não pensou duas vezes e foi correndo até a cidade avisar. Chegando lá, ele começou a juntar todas as pessoas começou a contar: "O circo está pegando fogo !!! Vamos até lá para ajudar !!!" As pessoas riam e comentavam: "Esse palhaço é muito engraçado, e quer que a gente vá até o circo para ver a apresentação. Boa tática palhaço, mas obrigado." O palhaço se enfurecia e dizia: "Não... Eu estou falando sério, não é brincadeira não !!!" E quanto mais ele falava mais as pessoas riam. E assim o fogo chegou e consumiu toda a cidade e todos morreram. Conclusão: Se você está fazendo muita "palhaçada" na sua vida dentro e, principalmente, fora da Igreja, você jamais terá a credibilidade dos outros, principalmente das suas ovelhas. "Santificai-vos e sede santos, porque eu sou o Senhor, vosso Deus" Levítico 20:7.

Pedro Henrique
Fundador da Missão Anunciadores da Cruz

As pérolas da vida

A maior pérola da existência terrena é a pessoa humana, com suas reais condições de vida saudável e de dignidade. A isso se junta sua capacidade de decisão, de empenho e de discernimento para realizar aquilo que convém e que ajuda na sua real existência.

O discernimento, também entendido como escolha consciente e livre, é a capacidade de opção, fazendo investimento no que é bom, rejeitando tudo aquilo que é ruim e que prejudica a força da esperança contida no coração de todas as pessoas. É marca fundamental na pessoa humana a sabedoria nos julgamentos, na administração, na equidade e no bom senso. Importa ter um coração sábio e inteligente, porque ali reside a condição do pensar e do conhecimento do bem e do mal.
As atitudes de dureza de atos são prejudiciais para a comunidade, seja ela qual for. A família pode ser a maior e primeira prejudicada, convivendo com práticas autoritárias, com mandos e desmandos de formas inconsequentes. Toda prática autoritária acaba sendo corrupta e exploradora das pessoas. Podemos dizer que a sabedoria divina é uma grande pérola, mas tem que ser bem usada, sabendo discernir com precisão o que é bom e o que é mal na comunidade.
As pérolas são tesouros como sinais de vida. No dizer dos provérbios:"Feliz o homem que encontrou a sabedoria..., mais feliz ainda é quem a retém" (Pr 3, 13-18). É como encontrar ouro, prata e objetos preciosos. Jesus fala do Reino de Deus como pérola a ser procurada.

A sociedade atual tem de tudo, mas nem tudo faz bem para o ser humano. É necessário distinguir o que serve para ajudar o homem e a mulher na sua dignidade, no ser imagem e semelhança de Deus. A maior pérola é a filiação divina do ser humano.
Enfim, a vida humana, como maior pérola na história, é uma conquista diária, com lutas e enfrentamentos a todo instante. E não é fácil fazer o bem no meio de tantas propostas oferecidas pela cultura do mal e da violência ao ser humano.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dependência Afetiva

A dependência afetiva é um estado que faz parte da natureza humana por nascermos dependentes tanto no campo físico (alimentação, cuidados, etc.) quanto no campo afetivo. As experiências que vamos adquirindo em nosso desenvolvimento farão com que tenhamos ou não nossa independência afetiva. É muito importante esclarecer que essa independência não significa individualismo, muito menos com solidão. É, sim, a capacidade de não nos vincularmos excessivamente a alguém, é a possibilidade de tomarmos nossas decisões, escolhas e dar passos na capacidade e na autonomia de cuidar de nós mesmos e assumir o que fizemos de certo ou errado.
Para que você possa perceber se é uma pessoa excessivamente dependente de alguém é importante observar alguns pontos:
  • Você precisa de alguém para sentir-se seguro e tranquilo?
  • Percebe que, mesmo em situações simples de escolha e decisão, precisa desta pessoa ao seu lado?
  • Sente-se dependente para fazer escolhas, precisando da aprovação desta pessoa?
  • Sente que sua autonomia é prejudicada, ou seja, é difícil fazer algo sem aquela pessoa?
É claro que muitos de nós gostamos que uma outra pessoa dê uma opinião a nosso respeito (se a roupa está bonita em nós, se devemos comprar algo, se devemos mudar de emprego e tantas outras decisões), o que não significa que sejamos dependentes. A dependência se caracteriza sempre que há algum excesso, aquela dificuldade em sair do lugar sem que o outro nos apoie, como uma muleta, um suporte, que precisamos e fazemos questão de carregar em toda nossa vida.
Quando estamos nessa situação, geralmente temos dificuldade para perceber, negamos essa dificuldade e nos irritamos quando somos apontados como dependentes. E temos também dificuldades com a autoestima e a maturidade emocional, e costumamos fazer outras coisas em excesso, como trabalhar, comer, beber, falar, jogar, entre outros. Podemos ainda viver sentimentos muito extremos (amar demais, odiar demais) bem como sensação de vazio e falta de significado em nossa vida, sem compreender exatamente o que está ocorrendo.
Nem sempre as escolhas afetivas dependentes são conscientes e claras para quem passa por isso. Dependências podem se dar com coisas, objetivos, drogas, jogos, chegando a pessoas e a palavras amigas. A dependência afetiva faz com que procuremos exteriormente o apoio e a proteção para suportarmos os problemas vividos nos relacionamentos e nas situações sociais. Somos humanos e somos efetivamente influenciados o tempo todo. Vale lembrar que, como seres sociais que somos, efetivamente seremos influenciados e influenciaremos o tempo todo e isso faz parte de nossa natureza.
Das relações sadias, por meio das quais os pais estimulam e acreditam no potencial de uma criança, – fazendo com que ela supere desafios e aprenda a ganhar e a perder –, é que nasce uma autoestima positiva e a sensação de segurança pessoal, bem como a capacidade de cuidar de si. No entanto, quando isso não ocorre, muitas vezes, vamos buscar esta dependência a fim de que outra pessoa nos estimule, mas quando entra o excesso, passamos a não viver mais sem a ajuda dela, mesmo em pequenas decisões. É interessante, pois, nessa relação "disfuncional" sempre haverá o outro, ou seja, aquele que é a pessoa mais segura na relação, mas que, de alguma forma, também alimenta essa dependência.
Sendo assim, é muito importante que a pessoa dependente estabeleça limites em seus relacionamentos, reconhecendo sua realidade, que, muitas vezes, passa pela negação dos fatos e a ilusão de viver em situações fantasiosas. Da mesma forma, ela deve assumir a responsabilidade em administrar suas necessidades, reconhecer suas atitudes, emoções e seus comportamentos, sejam eles positivos ou não, percebendo as vivências da raiva, do medo, da vergonha, da culpa e, com isso, reconhecendo estas questões em sua vida e comprometendo-se com a mudança.

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional,
colaboradora da Comunidade Canção Nova.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Perdão



O perdão começa sempre em nosso coração. Passa depois pela nossa inteligência. É uma decisão! Depois de concebido no coração e gestado no pensamento, ele [perdão] ganha vida por uma decisão irreversível e explícita. Enquanto não perdoamos, perpetuamos a falsa ideia de que a vingança e o ódio podem ser remédios para curar nossa dor, a vingança parece ser mais justa do que o perdão. Mas é só na hora. A longo prazo suas consequências serão terríveis e cruéis.

O perdão afeta o presente e o futuro, mas não pode mexer no passado. Não adianta nada querer sonhar com o passado melhor ou diferente. O passado foi o que foi. Não há o que fazer para mudá-lo. Podemos e devemos assimilá-lo e aprender o que ele tem a nos ensinar. Mais do que isso é impossível.

A esperança por um passado melhor é uma ilusão do encardido [demônio]. Ele é o grande especialista em passado. Jesus, ao contrário, nunca fez nenhuma pergunta sobre o passado de nunhuma pessoa. Ele nunca fez uma regressão ao passado com ninguém. Nem mesmo com aqueles que tinham sérios problemas afetivos e até sexuais. Parece estranho que o Senhor não tenha realizado uma sessão de cura interior das etapas cronológicas com Maria Madalena, Maria de Betânia, a Samaritana, Zaqueu, Pedro, Tiago e João, Judas e tantos outros que, por suas atitudes, demonstraram carregar sérios problemas oriundos da infância e mesmo na gestação.

Cristo não retomava o passado porque sabia que a única coisa que podemos fazer em relação ao passado é enxergá-lo de um jeito novo e aprender com o que ele tem a nos ensinar. Mas isso se faz vivendo intensamente o presente e projetando o futuro. Jesus foi o grande mestre do perdão. Ele nos mostra que o perdão não acontece de uma hora para outra e nem pode ser uma tentativa de abafar ou simplesmente ignorar essa dor. O perdão é um processo profundo, repetido tantas vezes quantas forem necessárias no nosso íntimo. A pressa é inimiga do perdão!

O perdão nos ensina a nos relacionar, de modo maduro, com o passado. Não é um puro esquecimento dos fatos, nem sua condenação. Não é a colocação de panos quentes e muito menos a tentativa de amenizar os acontecimentos. Perdoar é ser realista o suficiente para começar a ver o passado com os olhos do presente, voltados para o futuro.

Quem não perdoa não consegue se libertar das garras, interiores e exteriores, daquele que o machucou. Mesmo que seja necessário se afastar, temporária ou definitivamente, dessa pessoa, só podemos fazê-lo num clima de perdão.
Antes de colocar para fora do nosso coração alguém que nos machucou é preciso perdoá-lo. Sem perdão, essa pessoa vai permanecer ocupando um espaço precioso de nossa vida e continuará tendo um poder terrível sobre nós.

Do livro "Gotas de cura interior"
Pe. Léo

terça-feira, 12 de julho de 2011

Escutar a Palavra de Deus

A grande questão é saber discernir a voz de Deus da voz humana

Na parábola do semeador Jesus mostrou como há diversas maneiras de se receber a Palavra de Deus, a qual Ele compara com uma semente.Segundo Santo Agostinho, "escutar a Palavra de Deus é como se alimentar de Cristo". Ele explica que há duas mesas na Igreja: a mesa da Eucaristia e a mesa da Palavra. Com isso ele patenteava que a Palavra de Deus é um alimento espiritual. Quem bem se nutria dessa refeição santificadora era a Santíssima Virgem Maria, a irmã de Marta e Lázaro, elogiada por Jesus pelo fato de O escutar atentamente, deixando todos os outros afazeres. Aliás, o próprio Cristo aconselharia: “Procurai, antes de tudo o reino de Deus e tudo mais vos será dado em acréscimo” (Mt 6,33).

Portanto, estar atento à Palavra constitui a melhor parte da vida do batizado. Ao deixar Deus entrar na mente pela Sua Palavra, meditando-a profundamente e fazendo dela a força e o sustentáculo de cada instante o cristão age menos pela emoção, mas solidificado em profundas raízes espirituais. Isso porque há então uma conexão admirável dos esforços humanos com o pensamento divino e se colhe um fruto tanto mais saboroso quanto maior for a docilidade em acatar as inspirações celestes advindas da Palavra.

A grande questão é saber discernir a voz de Deus da voz humana. Ele fala a cada um de maneira diferente. Faz ressoar a Sua Palavra por meio de outras pessoas; por meio dos acontecimentos tão repletos dos gestos divinos; das provações de cada hora; mas, sobretudo, é claro, pela Escritura Sagrada ouvida na Liturgia, que é o lugar privilegiado no qual Deus se faz ouvir; e, ainda, na conversa pessoal com Ele numa leitura bíblica individual.

Tanto isso é verdade que a mesma passagem da Bíblia cada vez que é refletida traz novas mensagens para a alma de acordo com suas necessidades naquele momento. O citado Santo Agostinho lia e relia muitas vezes certos trechos bíblicos para que pudesse entender o que Deus lhe queria comunicar.

Quem assim procede percebe a reciprocidade da parte do Espírito Santo que exige uma persistência em querer discernir Sua luz, que ilumina, guia e salva. Desenvolve-se, desta maneira, uma amizade pessoal com Deus, a capacidade de perceber as minúcias de Seus recados, que, muitas vezes, parecem interpelações que cumpre sejam analisadas. Elas dizem a respeito a nós mesmos, aos que estão em nosso derredor e à nossa relação com Ele.
Por tudo isso cumpre que se viva na presença de Deus Pai, que quer falar a cada um a cada instante num colóquio repleto de luzes, mas tantas vezes exigente, provocador, requerendo sempre um esforço maior em busca da própria santificação e da do próximo. Com efeito, o ato de escutar a Palavra que gera a fé é não só a escuta da palavra escrita, mas também a escuta da palavra interior pronunciada pelo Espírito Santo no íntimo da consciência.
Isto supõe evidentemente empenho existencial que envolva todas as potencialidades humanas, uma vez que o Todo-poderoso age em cada um e com cada um.

No Evangelho Cristo compara a Sua Palavra a uma semente que produz mais ou menos abundantemente de acordo com a qualidade do terreno. Esta Palavra, segundo a Carta aos Hebreus, é como a “espada de dois gumes” que “penetra até dividir alma e espírito, junturas e medulas. Ela julga as disposições e as intenções do coração” (Hb 4,12). Eis por que sempre que ouvida com humildade ela é transformante, operando uma cristificação radical, por isso é necessário sempre a atitude de Maria, que disse ao Anjo: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).

O efeito da Palavra de Deus depende, assim, do empenho de cada um sempre aberto ao diálogo com o Criador. É preciso deixar que a Palavra se apodere inteiramente do coração que vai assim ao encontro com as Pessoas Divinas, ou seja, ao diálogo inefável da dileção profunda na qual se responde sinceramente a Deus, que fala e que exige uma atitude obediencial. Por este acatamento é que a alma se torna terra boa, produzindo fruto cem por um!

Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

terça-feira, 5 de julho de 2011

A sabedoria de Dimas no calvário

Dimas, o bom ladrão, foi de uma sabedoria impressionante lá no Calvário. Com efeito, ele não pediu nada determinadamente, mas assim se dirigiu a Cristo: “Lembra-te de mim quando vieres com teu reino”. Neste caso Ele nos ensina que é de Deus o dar e dar o que é melhor. Quando esperamos do Ser Supremo a graça, supomos que Sua liberalidade infinita pode nos amparar.
Quando, porém, não especificamos o que queremos honramos Sua sabedoria. Quantas vezes nos dirigimos a Deus mais exigindo do que pedindo.

Com Dimas deveríamos apenas apresentar o problema ao Todo-Poderoso e deixar a Ele a solução. Muitas vezes, o homem quer enquadrar Deus nos seus limitados esquemas mentais e, por isso, em vez de obter mais, recebe menos. Dimas solicitou apenas uma lembrança e ganhou o Paraíso! Impetrou uma recordação e foi envolvido numa absolvição geral de suas culpas. Observemos ainda que ele não determinou nem o dia nem a hora da reminiscência de Jesus: “Quando estiveres”, mas é logo atendido: “Hoje”.

Antes, a mãe dos filhos de Zebedeu pedira que Tiago e João estivessem assentados à direita e à esquerda do grande Rei. Dimas é bem mais modesto: quer apenas ser lembrado e tem a garantia do que mais devemos aspirar: ganhar um lugar no Paraíso!
Que diálogo foi mais expressivo do que este entre dois crucificados?Como um deles era o Senhor Onipotente uma cruz se transformou em altar; um pecador, em um santo; um proscrito em um eleito. Dimas forçou a primeira canonização da História com seu gesto de confiança e humildade, de arrependimento e santo desejo.

Dimas foi extremamente objetivo e com cinco ideias ele conquista o céu: “Lembra-te de mim quando vieres com teu reino”.
Estas cinco ideias expressas com cinco palavras o jogou nas cinco chagas redentoras de Nosso Senhor Jesus Cristo, portas gloriosas daquele reino que ele então brilhantemente conquista.

É impressionante esta conversão de Dimas porque, ao contrário de muitos, ele não presenciara os prodígios estupendos que Cristo fizera. Ele não estivera no Tabor contemplando as glórias do Transfigurado. Ele não vira Jesus andando sobre as águas. Ele não escutara a voz do Pai lá no Jordão nem ouvira o testemunho do Batista sobre o Cordeiro de Deus. Que surpresa! Os agraciados ausentaram-se, os amigos esconderam-se, as autoridades religiosas injuriam, soldados romanos martirizam, Cristo é condenado e desprezado e apenas um ladrão naquele instante o reconhece como Rei poderoso! Misterioso é sempre o encontro de Jesus com a alma do homem.

Poderosa a influência da graça no coração arrependido. Conversão admirável, pois Dimas aceita contrito o castigo em reparação de seus crimes: “Estamos pagando por nossos atos”. Faz um ato de fé, pois acredita na soberania do Divino Crucificado. Faz-se um pregador do bem, pois tenta converter a Gestas: “Não temes a Deus”?

Feliz Dimas que abriu as portas de seu coração à influição de um chamado celeste e depositou uma esperança em Jesus e Lhe arrebatou o perdão, ganhando a primeira indulgência plenária advinda do sacrifício redentor. Nas encruzilhadas da vida
Cristo continua Seus encontros com os filhos dos homens. Neles está sempre a repetir para os que O aceitam: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. Cenas maravilhosas da adesão do ser racional à Sua redenção.

De todas as verdades teológicas e filosóficas uma das mais complexas é a conciliação da liberdade humana com a Onipotência e a Onisciência Divinas. O tratado da graça é um dos mais difíceis de toda a Teologia.

Regulando nossos destinos por um sistema de sabedoria que ultrapassa a capacidade cognoscitiva da razão humana, o Ser Supremo assiste o desenrolar dos atos do homem e só Ele sabe até que ponto pode chegar a malícia de cada um para fechar definitivamente as vias do perdão e da clemência.

Como o homem é livre ele pode, no encontro com Jesus, ou repetir o gesto de Dimas e conquistar o céu ou reeditar a postura de Gestas e não aceitar a salvação, desejando prosseguir no erro e nas trevas.

Um dia, assentado à beira de um poço, Cristo aguardou a Samaritana e a redimiu. Encontro sublime tantas vezes repetido em Sua passagem por este mundo, como ocorreu com Zaqueu, Mateus, Madalena e tantos outros. Tais encontros se prolongariam, século após século, por meio do mistério da graça divina a visitar as consciências. A milhares Ele está a reiterar a sentença gloriosa: “Hoje estarás comigo no Paraíso”.

Na estrada de Damasco alguém que odeia a Cristo se encontra frente a frente com Ele e, então, já não existe mais Saulo, mas o grande apóstolo Paulo. Foi isso que escutou Santo Agostinho, quando, por força das preces de sua santa mãe, Mônica, se voltou para Deus.

Do mesmo modo, nas trevas de uma existência trevosa, uma jovem de Cortona, na Itália, andava pelas sendas do mal. Ei-la um dia diante do cadáver de alguém que fora assassinado. Interroga-se: “Onde estará sua alma”? Converte-se e se torna Santa Margarida de Cortona.

Os fatos se multiplicam nas crônicas dos grandes convertidos que repetiram a atitude de Dimas. Nas agras regiões da vida, dificultadas pelos espinhos da culpa, devastadas pelas tempestades do pecado, ainda que perdido no mais profundo abismo de seus erros, sempre que, num gesto de confiança, alguém se voltar para Cristo com sincero arrependimento, imediatamente, ouvirá a palavra de paz, de conforto, de luz, de salvação, conquistando o Paraíso.
Estejamos, porém, alertas porque se Dimas viveu mal e morreu muito bem, os que contemplam os prodígios da Misericórdia Divina e se acham imersos nos favores celestes não podem facilitar, pois Cristo foi muito claro: “Vigiai, portanto, pois não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25,13).

Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.